Após viver um período tenebroso, enfim o setor da construção civil espera por dias melhores no novo ano que se aproxima. O cenário de recuperação ainda é lento, mas já conta com tímidos avanços em 2017.
A pesquisa da Confederação Nacional da Indústria – CNI aponta que o setor deve ganhar fôlego em 2018 devido às boas expectativas dos empresários da área. Pela primeira vez em três anos, todos os índices de expectativa superaram os 50 pontos em uma escala de zero a 100.
De acordo com os dados da Pesquisa Sondagem Indústria da Construção, em setembro de 2017, o índice de confiança na indústria pelo empresário cresceu 3,1 pontos em relação ao mês anterior. Outros índices relevantes, como expectativa de nível de atividade, novos empreendimentos e compra de insumos e matéria prima também cresceram.
Embora os números não estejam muito altos, o crescimento por si só já é animador, considerando o momento ruim que o setor passa devido ao envolvimento de grandes empresas em casos investigados na Operação Lava Jato. Esse fator influenciou diretamente a construção civil de forma negativa. Todos os números acima de 50 indicam crescimento.
Evolução da indústria tímida, mas crescente
Após passar por um dos piores períodos da economia, os números reagem aos poucos e, apesar da nítida distância do cenário ideal, mostram que os rumos da construção civil estão mudando.
Um dos índices que ficou abaixo dos 50 pontos foi o de evolução do nível de atividade da indústria e construção, com 46,7 pontos em agosto. Este foi o melhor resultado para agosto desde 2014, quando os horizontes passaram a escurecer para o setor.
O índice de número de empregados também não ultrapassou a média satisfatória dos 50 pontos, ficando em 45,8 em agosto. Novamente, foi o melhor número desde o mesmo mês de 2014, além de ter aumentado em 6,2 pontos a mais que o período de 2016.
As estatísticas podem não ser as melhores, mas demonstram que o setor de construção civil aos poucos começa a apresentar reação.
Investimentos para 2018
O cenário nebuloso de incertezas continua rondando o país, e isso paralisa os investimentos realizados por empresários do setor. Por enquanto, o índice de intenção de investimento está em 29,8 pontos, considerado baixíssimo, embora também tenha crescido pela segunda vez consecutiva após um período ruim.
Especialistas consideram o ritmo de crescimento normal após o momento pelo qual o setor passou. A expectativa é que o setor avance em 3% em 2018, impulsionado pela queda de juros, a valorização da caderneta de poupança e a consequente volta dos recursos para o financiamento imobiliário.
A pesquisa realizada pela CNI ouviu representantes de 590 empresas de pequeno, médio e grande porte, entre os dias 1º e 15 de agosto de 2017.
